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A Meningite Meningocócica

  • A meningite meningocócica (infecção das membranas que envolvem o cérebro) é causada pela bactéria Neisseria meningitidis (meningococo) e é mais grave quando atinge a corrente sanguínea, provocando meningococcemia - infecção generalizada. Indivíduos não vacinados de qualquer idade são vulneráveis, mas no Brasil é mais frequente entre crianças com até 5 anos.

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    Cinco tipos (sorogrupos) de meningococo causam a maioria dos casos de doença meningocócica. São eles: A, B, C, W e Y. A importância de cada um varia conforme o país ou região, e também ao longo do tempo. No Brasil, em 2014, considerando todas as faixas etárias, o meningococo C foi responsável por 70% dos casos da doença; o sorogrupo B, por cerca de 20%; e os 10% restantes foram causados pelos sorogrupos W e Y. A predominância dos tipos pode variar por faixa etária e no Brasil, com a vacinação de rotina  para o Meningococo tipo C de todas as crianças com até 2 anos (vacina meningocócica C), esse tipo quase desapareceu nesta faixa etária e o tipo B passou a ser o principal agente causador da doença.

     
    Transmissão
     
    O meningococo é transmitido por meio de secreções respiratórias e da saliva, durante contato próximo ou demorado com o portador, especialmente entre pessoas que vivem na mesma casa. Não há transmissão por contato casual ou breve. Ambientes com a aglomeração de pessoas oferecem maior risco de transmissão e contribuem para desencadear surtos. Cerca de uma em cada dez pessoas (dependendo da idade, até mais) é portadora do meningococo no nariz ou na garganta, sem apresentar qualquer sintoma.
    Determinadas condições aumentam o risco para a doença meningocócica, tais como a ausência de baço (ou mal funcionamento desse órgão) e deficiências da imunidade, inclusive causadas por tratamentos imunossupressores. Alguns países, principalmente da África, oferecem alto risco de transmissão do meningococo, sendo importante que viajantes se previnam com vacinas.
    A evolução da DM é muito rápida, com o surgimento abrupto de sintomas como febre alta e repentina, intensa dor de cabeça, rigidez do pescoço, vômitos e, em alguns casos, sensibilidade à luz (fotofobia) e confusão mental. A disseminação do meningococo pelos vasos sanguíneos pode produzir manchas vermelhas na pele (petéquias, equimoses) e até necroses que podem levar à amputação do membro acometido. O risco de morte pela doença é alto: 10% a 20%, podendo chegar a 70%, se a infecção for generalizada (meningococcemia). Entre os sobreviventes, cerca de 10% a 20% ficam com sequelas como surdez, cegueira, problemas neurológicos, membros amputados. O tratamento é feito com antibióticos e outras medidas de preservação do equilíbrio do organismo, em Unidade de Terapia Intensiva isolada.
     
    A vacinação é a principal forma de prevenção da doença meningocócica. As vacinas contra os tipos (sorogrupos) A, B, C, W e Y são seguras e com boa eficácia (em média, mais de 95% dos vacinados ficam protegidos). A proteção pelas vacinas conjugadas (meningocócica C e ACWY) não é para toda a vida. A quantidade de anticorpos diminui com o passar do tempo, assim como acontece com quem teve a doença, daí a importância das doses de reforço conforme as recomendações das sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm) e Pediatria (SBP). Em 2010, o Ministério da Saúde introduziu a vacina meningocócica C no calendário público (aos 3, 5 e entre 12-15 meses de idade), para crianças de até 2 anos. A SBIm e a SBP recomendam preferencialmente a vacina meningocócica conjugada ACWY para crianças aos 3, 5 e 7 meses, e três reforços: entre 12 e 15 meses, entre os 4-6 anos e aos 11 anos de idade. Crianças acima de um ano e adolescentes não vacinados anteriormente também precisam se proteger com duas doses da vacina ACWY e duas da meningocócica B. Apesar de mais raramente, adultos também podem adoecer e, para eles, essas vacinas estão recomendadas em situações de surtos ou viagens a locais de risco.
     
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