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Especial 2021
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Saúde

O melhor para a gestação e parto

  • Integrante de um projeto nacional que envolve 150 hospitais, a Santa Casa de Passos criou uma equipe liderada pela médica Maria Paula para melhorar a assistência ao parto.

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    Maria Paula Moraes Vasconcelos ginecologista, obstetra, coordenadora da Unidade Materno Infantil da Santa Casa de Passos e integrante da equipe multidisciplinar no projeto “PARTO ADEQUADOâ€ÂÂ.
    Maria Paula Moraes Vasconcelos ginecologista, obstetra, coordenadora da Unidade Materno Infantil da Santa Casa de Passos e integrante da equipe multidisciplinar no projeto “PARTO ADEQUADO”.

     

    A médica Maria Paula Moraes Vasconcelos, especialista em ginecologia e obstetrícia e coordenadora da Unidade Materno Infantil da Santa Casa de Passos, fala a FOCO sobre a importância do planejamento da gravidez e explica qual é a decisão correta em relação ao parto: normal ou cesáreo?

    A Dra. Maria Paula é integrante da equipe multidisciplinar da Santa Casa no projeto “Parto Adequado”, desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Hospital Israelita Albert Einstein e Institute for Healthcare Improvement (IHI), com apoio do Ministério da Saúde.

    “Sinto-me privilegiada em fazer parte da equipe da Unidade Materno Infantil da Santa Casa de Misericórdia de Passos e agora estar envolvida neste grande projeto nacional que irá modificar a forma de nascer no Brasil: com maior segurança e de acordo com as melhores evidências”, comenta a médica.

    O objetivo é melhorar a atenção ao parto, para que até o ano de 2020 “todas as mulheres brasileiras tenham acesso a maternidades que ofereçam atenção ao parto com base em evidências científicas e como uma experiência positiva”.
    O primeiro encontro da segunda fase do projeto aconteceu em 6 de março, envolvendo 150 hospitais do país. A Dra. Maria Paula é responsável pela liderança e supervisão do projeto na Santa Casa, cuidando para seu desenvolvimento. A equipe é formada pelo CEO Sponsor que é o responsável por acompanhar o projeto; pelo líder do projeto; pela linha de frente composta por um obstetra e enfermeira, um gestor em qualidade e um gestor administrativo.

    PARTO ADEQUADO

    “A equipe materno infantil vem trabalhando há anos na melhoria das práticas assistenciais no parto. Avançamos muito, mas ainda temos muito o que avançar principalmente na saúde suplementar. Agora, temos a oportunidade de participar desse projeto, com a orientação e expertise dessas instituições. O IHI é um líder inovador na melhoria da saúde e nos cuidados da saúde a nível mundial. Hoje, qual o melhor parto? Parto normal? Parto cesáreo? Sem dúvida, o melhor parto é o adequado: aquele que é o melhor para aquela mãe e para aquele  bebê.”
     

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    PARTICIPAÇÃO

    “Esse projeto busca a adoção de modelos de atenção ao parto e nascimento que favorecem a qualidade dos serviços, valorizando o parto normal e contribuindo para a redução dos riscos decorrentes de cesarianas desnecessárias, reduzindo a diferença entre o que a ciência recomenda e as práticas obstétricas atuais. As gestantes e famílias são informadas e empoderadas a escolherem o cuidado mais adequado garantindo a prontidão para o trabalho de parto.”
    PRÉ-NATAL

    “Antes falávamos de iniciar o pré-natal precocemente, hoje o recomendado é realizar o pré-concepcional, avaliando as condições atuais de saúde, avaliando vacinação, melhorando as condições nutricionais, como a qualidade da alimentação e a adequação do peso, realizando exames pré-concepcionais para a futura gestante não ser surpreendida com doenças que não sabia que tinha, além do uso do ácido fólico que diminui a incidência de malformações. Aí chega o momento tão sonhado e esperado, o teste de gravidez positivo, hora de intensificar os cuidados, rotina de consultas e exames, organizar a chegada do neném em casa.”

    PREPARATIVOS

    “O melhor é curtir cada momento. Existem diversas possibilidades para acompanhar o desenvolvimento do bebê, possibilitando aproveitar cada fase porque hoje, afinal, é mais comum termos apenas um ou dois filhos. Além das visitas regulares ao obstetra, o pediatra também deve ser procurado ainda durante o prénatal, esclarecendo dúvidas, trazendo novas informações, diminuindo, assim, a ansiedade tão presente nessa fase.”

    DOENÇAS CRÔNICAS

    “Pode ser que as doenças crônicas já tenham chegado e o sonho de ter o tão desejado filho continua aí. Então, o melhor é saber e se cuidar, usar os medicamentos compatíveis com a boa evolução da gestação, controlar a doença antes de engravidar e manter esse controle durante toda a gestação.”
     

    O PARTO

    “Vai chegando o grande momento, o parto. Hora de se aconchegar, ver a carinha tão sonhada. Tantas informações, por vezes conflituosas. O que é realmente melhor, em qual informação acreditar?”
     

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    EXPECTATIVA COM O PROJETO

    “Que consigamos prestar uma assistência obstétrica cada dia melhor, com os menores riscos tanto para a mãe quanto para o recém-nascido, além da satisfação nesse momento tão importante na vida familiar.”

    INTEGRAÇÃO DOS HOSPITAIS

    “A integração dos 150 hospitais participantes do projeto é feita através de encontros presenciais e virtuais guiados por um acordo de cooperação técnica muito bem estruturada em que o projeto piloto, que durou dois anos, apresentou os resultados esperados.”
     


    PRÓS E CONTRAS

    Riscos maternos na cesariana quando comparado com o parto normal:


    Complicação anestésica (2X maior)
    Lesões urológicas (31X maior)
    Hemorragia maior (11X maior)
    Transfusão (4X maior)
    Infecção (11X maior)
    Tromboembolismo (4X maior)
    Morte Materna (5X maior)
    Placenta prévia (1,4X maior)
    Placenta acreta (7Xmaior)


    Riscos RN na cesariana quando comparado com o parto normal:

    Morbidade respiratória (7X maior)
    Diabetes tipo 1 na infância (1,23X maior)
    Asma e atopia na infância (1,17X maior)


    “Diante da exposição desses riscos, baseados em evidências, o que se recomenda é a redução das cesarianas desnecessárias. Em várias condições a cesariana é a via de parto mais recomendada, por isso não se fala em melhor tipo de parto, mas sim em parto adequado.”

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