É muito comum pacientes comparecerem nos consultórios médicos queixando-se de sintomas típicos de osteoartrose, atribuindo-os à osteoporose. Por outro lado, muita gente só descobre que sofre de osteoporose tardiamente, sendo que poderia tê-la evitado. Segundo o ortopedista Henderson Maldi Velloso, ambas as doenças ocorrem nos ossos, o que causa a confusão, mas são totalmente diferentes e, portanto, requerem tratamento específico.
Outro problema é que tanto a osteoporose quanto a osteoartrose são doenças crônicas, que evoluem com a idade da pessoa, mas podem ter seus efeitos aliviados com diagnóstico e tratamento corretos. A primeira é uma doença silenciosa e indolor, caracterizada pela lenta perda dos minerais que formam o osso. A segunda doença, que é a forma mais comum de artrite (ou artrose), caracteriza-se pela degeneração da cartilagem das articulações do esqueleto, causando dores, rigidez, deformidades e limitações funcionais.
“As duas são patologias do osso. Geralmente, o diagnóstico da osteoartrose é feito após uma dor articular”, explica o Dr. Henderson. “O pior é quando o idoso quebra o osso e só aí, através da densitometria óssea, é que se descobre que ele sofre de osteoporose, doença que poderia ter sido prevenida muitos anos antes”, acrescenta.
Os fatores de risco relacionados à osteoartrose são a predisposição genética, a idade, alteração (deformidades) da biomecânica articular e trauma articular. Já a osteoporose tem os fatores genéticos, biológicos, comportamentais e ambientais como os causadores da doença.
Não existem estatísticas das duas patologias no Brasil. No entanto, no caso da osteoartrose, a literatura médica mostra se tratar da causa mais comum de cirurgias do quadril e joelho e de afastamento do trabalho e aposentadoria precoce. Outro dado indica que a doença ocorre mais nas mulheres acima de 50 anos. Abaixo dessa idade, os homens são os mais afetados.
Chama a atenção a incidência e prevalência crescente da osteoartrose, de duas a dez vezes, dos 30 aos 65 anos, e mais ainda após essa idade, o que a relaciona com o envelhecimento. “Por isso, é importante reconhecermos seus primeiros indícios, para que possamos prescrever as medidas preventivas e de tratamento para controlar e evitar os efeitos traumáticos e dolorosos dessa doença”, diz o ortopedista.
Também ligada ao envelhecimento e igualmente tendo o sexo feminino mais vulnerável a ela – embora não haja estatísticas brasileiras –, a osteoporose é responsável pelo maior número de fraturas de quadril (fêmur) em mulheres e pessoas a partir de 70 anos de idade.
Para evitar esse comprometimento da saúde óssea, o Dr. Henderson orienta seus pacientes a se prevenirem, ou seja, fazer visitas regulares ao médico, que irá avaliar caso a caso, pedir os exames necessários e recomendar medidas para interromper a evolução da doença, se ela for diagnosticada precocemente. “O tratamento não será tão eficaz como no início da doença, que ocorre por volta dos 50 anos de idade”, alerta.
Enio Modesto