O neurocirurgião Dr. Matheus Schmidt Soares:
“A enxaqueca é um dos vários tipos de dor de cabeça.”
A enxaqueca é uma doença neurovascular crônica, por vezes incapacitante, caracterizada por ataques de cefaleia intensa, frequentemente unilateral e latejante. É mais prevalente nas mulheres, mas atinge também uma parcela considerável de homens.
O neurocirurgião Dr. Matheus Schmidt Soares explica que as cefaleias, ou “dores de cabeça”, são classificadas de acordo com as suas características clínicas. “A enxaqueca é um dos vários tipos de dor de cabeça. Ela é uma cefaleia primária, ou seja, não é secundária a nenhuma outra doença. Os exames complementares, como ressonância e tomografia, não fazem o diagnóstico da doença, e sim descartam outras patologias cerebrais que também causam dor de cabeça, como tumores e coágulos cerebrais”, explica.
“Aproximadamente 15% das pessoas que sofrem de enxaqueca tem sintomas que precedem a dor, chamadas de aura premonitória. As mais comuns são as auras visuais, que são distorções visuais ou luzes cintilantes, que ao cessarem são seguidas de cefaleia intensa.”
Segundo o neurocirurgião, a enxaqueca é uma dor de cabeça intensa, que vem em crises e pode durar de dois a cinco dias ou até mais tempo, se não tratada. Os sintomas mais comumente associados são náuseas, fotofobia (aversão a claridade), fonofobia (aversão a barulho) e visão embaçada.
“Aproximadamente 15% das pessoas que sofrem de enxaqueca tem sintomas que precedem a dor, chamadas de aura premonitória. As mais comuns são as auras visuais, que são distorções visuais ou luzes cintilantes, que ao cessarem são seguidas de cefaleia intensa”, observa Dr. Matheus.
O neurocirurgião afirma que muitas vezes, durante o tratamento, é pedido ao paciente que faça um diário da dor de cabeça, onde o mesmo anota a frequência, horários de ocorrência, características, intensidade da dor e fatores desencadeantes. “Alguns alimentos podem desencadear a crise de enxaqueca, como frituras em excesso, doces em excesso, cafeína, chocolates, álcool, entre outros. Esses alimentos são classicamente associados às crises de enxaqueca, mas não para todos os pacientes. Além dos alimentos, há outros fatores desencadeantes, como a privação do sono, estresse, ocasionados muitas vezes pelo excesso de estudo ou de trabalho”, explica o médico.
“Alguns alimentos podem desencadear a crise de enxaqueca, como frituras em excesso, doces em excesso, cafeína, chocolates, álcool, entre outros.”
Outro alerta feito pelo Dr. Matheus Schmidt, é que na época do calor é comum perceber uma piora nos pacientes que sofrem de enxaqueca. O médico afirma que apesar de não existir uma definição científica para o aumento das crises de enxaqueca nesse período, uma hipótese seria o aumento da claridade, o que causa piora na fotossensibilidade, e também o aumento da dilatação das artérias cerebrais no calor.
“Nos dias mais quentes há mais luz e isso quase sempre ocasiona uma piora. Outro fator é a desidratação, o que propicia a dor. É aconselhável que no período de calor as pessoas que têm enxaqueca usem óculos escuros e bebam bastante água para evitar a desidratação”, recomenda Dr Matheus.
Sobre as formas de tratamento, o neurocirurgião explica que há o tratamento medicamentoso, feito com o uso de analgésicos, antiinflamatórios e drogas específicas para enxaqueca, objetivando interromper as crises de dor. Mas quando estas são muito frequentes ou extremamente incapacitantes, torna-se necessário o tratamento preventivo com medicações de uso contínuo para se evitar a dor.
“Para prevenir enxaqueca com mudanças de comportamento a pessoa tem que conhecer a sua dor de cabeça e saber o que a faz piorar, alguns alimentos e hábitos que desencadeiam a dor. Se, por exemplo, álcool ou chocolate desencadeiam a crise, tem que se evitar os mesmos, e assim por diante. É importante ter hábitos saudáveis, ter boas noites de sono, ficar mais relaxado(a). Atividade física regular é importante na prevenção, mas nos dias de dor, é necessário o repouso”, salienta Dr. Matheus.
Renato Rodrigues Delfraro