No período entre abril e setembro, época do ano em que há poucas chuvas, é comum o aumento de doenças respiratórias, alérgicas e virais. A rinite alérgica é uma das patologias que atinge um número muito grande de pessoas, principalmente crianças e adolescentes, e que durante este período sofrem um pouco mais. O médico otorrinolaringologista Dr. Gleison Kallás Andrade faz alguns esclarecimentos sobre a doença, e os cuidados que devem ser tomados no tratamento.
A rinite alérgica é definida como uma inflamação da mucosa de revestimento do nariz, e é causada pela exposição aos alérgenos. Os sintomas clássicos são: obstrução nasal, espirros, coriza (um líquido que sai do nariz) e a coceira no nariz (prurido nasal). Ela se desenvolve pela exposição aos alérgenos, que podem ser de fatores primários e são classificados como fatores específicos, (alérgenos inaláveis) e os inespecíficos.
Dr. Gleison Kallás Andrade - otorrinolaringologista: “É necessário evitar ambientes fechados, e procurar ficar em lugares mais arejados, além de umidificar o quarto, com vapores, toalha úmida ou uma bacia com água.”
Os principais fatores desencadeantes da rinite alérgica são os ácaros do pó domiciliar, fungos, baratas, animais domésticos (cães e gatos), pólen de plantas, entre outros. Dos fatores externos (extradomiciliares) estão o pó de madeira, detergente, fumaça de cigarro (tanto para fumantes como não fumantes), queimadas e produtos de combustão (veículos, gás de cozinha e fogão à lenha).
Segundo o otorrinolaringologista Dr. Gleison Kallás Andrade, as pessoas que sofrem com rinite alérgica devem tomar cuidados especiais para prevenir o agravamento da doença durante o período de seca e baixa umidade do ar. “É necessário evitar ambientes fechados, e procurar ficar em lugares mais arejados, além de umidificar o quarto com vapores, toalha úmida ou uma bacia com água”, explica o médico.
“Há estudos que indicam que atualmente 600 milhões de pessoas no mundo inteiro sofrem com rinite alérgica, e na América Latina a prevalência vem aumentando nos últimos anos. No Brasil, o principal alérgeno é o ácaro do pó domiciliar, seguido pelos animais domésticos (cães e gatos) e insetos.”
De acordo com o otorrino, as crianças são mais suscetíveis a essa patologia, e a partir dos seis meses de idade já podem ter rinite alérgica. “Há estudos que indicam que atualmente 600 milhões de pessoas no mundo inteiro sofrem com rinite alérgica, e na América Latina a prevalência vem aumentando nos últimos anos. No Brasil, o principal alérgeno é o ácaro do pó domiciliar, seguido pelos animais domésticos (cães e gatos) e insetos.”
O Dr. Gleison Kallás explica que o diagnóstico da rinite é feito com uma anamnese completa, exame físico (rinoscopia e nasofibrolaringoscopia), e testes alérgicos, como o prick teste (cutâneo) e o exame de sangue (IGE específico). O tratamento acontece com o afastamento aos alérgenos, medicação oral, medicação nasal (sprays) e em alguns casos vacinas subcutâneas. Entre os meses de abril e setembro, que é quando aumentam os índices de pacientes com rinite, o médico aconselha às pessoas que sofrem com a patologia a procurar um médico otorrinolaringologista e fazer um tratamento preventivo.
“É uma doença que ainda não tem uma cura definitiva. A gente sabe que é uma doença imunológica e existem vários estudos no mundo inteiro sobre ela”, observa o otorrino.
Outro ponto enfatizado pelo Dr. Gleison, é que há uma incidência maior em crianças que ficam em ambientes fechados, pois mesmo com os cuidados que são tomados em casa, o contato com crianças resfriadas é um fator desencadeante.
“Os cuidados pessoais e ambientais são fundamentais, só que muitos pais têm que deixar as crianças em creches e escolinhas para poderem trabalhar, e mesmo sendo por pouco tempo, acaba sendo tempo suficiente para se contaminarem. Nessa época do ano é quando mais se desencadeiam doenças alérgicas e virais,” ressalta o médico.
Dados sobre a doença
“É uma doença que ainda não tem uma cura definitiva. A gente sabe que é uma doença imunológica e existem vários estudos no mundo inteiro sobre ela.”
(Dr. Gleison Kallás).
Segundo dados de um grupo de estudos do Reino Unido, 42% das crianças brasileiras, a partir dos seis meses de idade, já têm rinite alérgica. A prevalência média de sintomas relacionados à rinite alérgica é de 29,6%, entre os adolescentes, e 25,7% entre as crianças com idade escolar. A prevalência média é de 15% a 24%, entre crianças e adolescentes com rinite. No Reino Unido, 10% entre 30% dos adultos têm rinite alérgica.
Os estudos sobre a doença ainda apontam que os riscos de um paciente com rinite alérgica desenvolver asma são de três a seis vezes maiores que na população geral, e da mesma forma se observa que 50% dos pacientes asmáticos desenvolvem rinite alérgica em 10 anos.
Renato Rodrigues Delfraro