O dermatologista Dr. Roberson Sousa Ramos: “A nossa pele é o primeiro nível de defesa contra as agressões do ambiente. Além da agressão solar, há fatores indiretos, e a nossa pele tem relação com isso.”
O verão é o período do ano em que a pele fica mais exposta ao sol. É comum que as pessoas usem roupas mais curtas nessa época, além de irem à praia com mais frequência, e também busquem se refrescar em piscinas e cachoeiras. Dessa forma, há necessidade de alguns cuidados especiais para proteger a pele do excesso de raios ultravioletas.
O dermatologista Dr. Roberson Ramos explica o que precisa ser feito para que todos aproveitem o verão sem correr riscos de danificar a pele, e também faz recomendações para as pessoas que precisam trabalhar expostas ao sol.
“A nossa pele é o primeiro nível de defesa contra as agressões do ambiente. Além da agressão solar, há fatores indiretos, e a nossa pele tem relação com isso, como por exemplo, a perda de água, que pode ocasionar a desidratação. Por isso é importante manter a hidratação da pele, usando sempre um hidratante. O bom hidratante é aquele que te agrada. Para quem tem a pele muito oleosa, tem que usar um que seja voltado para esse tipo de pele, o que é indicado nos rótulos. É necessário passar no corpo inteiro, não apenas no rosto”, explica.
O médico diz que o fator de proteção solar (protetores solares) não são os únicos e nem sempre os melhores para proteger a pele. “No caso do corpo, pode se proteger usando uma camisa, uma roupa própria para entrar na água, principalmente nas crianças. É possível achar essas roupas em várias lojas, já que a roupa, ao contrário do protetor, não sai na água. Além disso, é necessário utilizar sempre chapéus, bonés, e em alguns casos luvas, para quem vai passar um longo tempo dirigindo.”
Para manter a pele saudável e hidratada, Dr. Roberson recomenda a ingestão de alimentos ricos em vitaminas A, como suco de cenoura com laranja, melancia, manga e mamão. Essas frutas também possuem betacaroteno, um antioxidante que ajuda a proteger a pele.
O médico também explica que as pessoas calvas devem proteger o couro cabeludo, usando chapéus e bonés, já que o excesso de exposição solar pode provocar feridas, manchas e, em casos extremos, até câncer de pele.
Dr. Roberson diz que o horário ideal para as pessoas ficarem expostas ao sol é entre 6h e 10h, e após as 15h. “Porém, para pessoas que precisam de vitamina D, o horário ideal é entre 10h e 15h, horário em que o sol está mais forte. A exposição ao sol neste horário pode provocar desidratação solar, manchar e machucar a pele. Se a pessoa precisar de uma suplementação em vitamina D, deve tomar um suplemento de vitamina D, mas evite tomar sol neste horário”, salienta.
Outra recomendação do dermatologista, é que é necessário aplicar o filtro solar na pele 30 minutos antes de se expor ao sol, já que o protetor precisa ser absorvido pela pele. “Além disso, é preciso se hidratar antes e durante a exposição solar, ingerindo sempre muita água, sucos, frutas, etc.”
O médico faz algumas recomendações para pessoas que tem a pele muita clara, e que costumam sofrer quando ficam muito tempo sob o sol. “A pessoa que tem a pele, cabelo e olhos claros, não consegue se bronzear. Se for à praia, ela deve se preparar antes, tomando pequenas doses de sol alguns dias antes da viagem. Se perceber que com 20 minutos a pele ficou vermelha, ela já sabe que esse é o limite dela e, portanto, não deve ficar mais que 20 minutos no sol, sem proteção. Para a pessoa morena já é mais fácil, ela ganha cor facilmente. É recomendável que as pessoas de pele morena façam isso também, que comecem a tomar sol antes da viagem. O bronzeado que ela ganhar antes vai ajudá-la quando estiver na praia”, observa.
Caso a pessoa tenha sofrido insolação, o dermatologista explica o que precisa ser feito. “Insolação é um tipo de queimadura solar. Se a pessoa tomou sol além do que a pele tolera, ela vai sentir dor, a pele fica ardida, vermelha, pode ter vômito, bolhas e febre. Tem que fazer compressas com água fria na pele para desinflamar, tomar remédio e soro. Caso tenha um malefício agudo, uma queimadura solar de segundo grau, deve ir imediatamente ao hospital”, alerta.
Para evitar que os danos causados pela exposição solar em excesso prejudique a pele num período de médio e longo prazo, Dr. Roberson recomenda o uso de protetores solares que protejam também contra a luz visível.
“Se tiver alguma cicatriz recente, de alguma cirurgia, deve protegê-la, para que não fique escura. Estes cuidados são necessários para evitar o aparecimento de manchas e o risco do câncer de pele. É necessário um cuidado especial com as crianças, pois criança quando está na piscina não se lembra de se hidratar, de comer. Existem protetores solares para crianças a partir dos seis anos de idade, é necessário prevenir desde cedo”, finaliza.
Renato Rodrigues Delfraro