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Talento

Pedro Ivo Brito - Sobre meus Passos

  • Pedro Ivo Brito
  • Hoje me pego pensando no curto e breve caminho que já trilhei. Nesse mesmo momento me peguei também questionando as pegadas que aqui já deixei.

    Não vejo nome de cidade melhor para eu ter nascido do que Passos, para mim esse nome remete a uma caminhada infinita sem um destino certo mas a certeza de um caminhar tranquilo, constante, errante e crescente. Nunca tive pressa, embora minha ansiedade quase sempre bate em minha porta. Com pressa ou sem pressa, em qualquer lugar que passo, levo sempre junto a mim uma bagagem com tudo que ali aprendi
    Pedro Ivo Brito em seu universo laranja. Foto por Iude.

    Não vejo nome de cidade melhor para eu ter nascido do que Passos, para mim esse nome remete a uma caminhada infinita sem um destino certo mas a certeza de um caminhar tranquilo, constante, errante e crescente. Nunca tive pressa, embora minha ansiedade quase sempre bate em minha porta. Com pressa ou sem pressa, em qualquer lugar que passo, levo sempre junto a mim uma bagagem com tudo que ali aprendi.

     

     

     

    ?Ah, o laranja!?  Todo o meu tempo em Passos abria minha janela, da então minha casa, hoje casa dos meus pais, avistando um horizonte limitado. Tentava enxergar mais ao longe, mais distante. A máxima de que
     “Ah, o laranja!” Todo o meu tempo em Passos abria minha janela, da então minha casa, hoje casa dos meus pais, avistando um horizonte limitado. Tentava enxergar mais ao longe, mais distante. A máxima de que "quem tem limite é município", nunca se fez verdadeira para mim pelo fato de enxergar em meu município uma imensidão de limites. Limites estes os quais transbordei e fui em busca de ainda mais sonhos e a realização dos mesmos. Assim, não respeitei os limites da minha Passos, transpus estes limites territoriais para um raio de abrangência maior. Fui incisivo na escolha de cidade. Escolhi São Paulo, não quis nada menos do que o contraponto do que até o momento havia vivido. Busquei em sua verticalidade o complemento da minha horizontalidade, até então avistada da minha janela. Não me deslumbrei com o que vi, apenas soube aproveitar e dosar as inúmeras oportunidades que se estenderiam dali para frente.
    Quando aqui estou, sinto falta dali, quando estou cá, nunca me esqueço de lá. Em meio a esse malabares de emoção construi minha extensa conurbação. Organizo assim para me manter sempre próximo e optei por pensar assim para me sentir sempre em casa. Não deixei para trás minha história nem muito menos quem por ela passou ou ficou. Levo sempre comigo, em cada passo que dou, a lembrança de tudo que por aqui cruzou. Minha memória de elefante me faz sentir pequeno quando olho adiante e vejo. Nunca vi São Paulo como a selva de pedra que dizem, estereótipos negativos nunca funcionaram para mim. Por que falar mal se podemos falar bem? Assim vi muita beleza em sua concretude vertical e ali me instalei e fiquei. Sempre rodeado de médicos na família optei por pender minha balança para outro lado. A publicidade me surgiu como uma maçã que despenca de uma macieira, sem aviso prévio, mas com a precisão exata do alvo pré determinado e calculado.
    Desde pequeno gostei de construir. Nunca abandonei meu velho hábito de construções corriqueiras de lego, hoje elas apenas mudaram de tamanho. Em meio às muitas peças espalhadas pelo chão, opto sempre pela seleção das de cores mais alaranjadas.   Ah, o laranja! Um certo dia me perdendo e ao mesmo passo me encontrando nas ruas e avenidas dessa outrora Pauliceia desvairada, me deparei com uma casa. Ela olhou pra mim e eu olhei pra ela. Não digo que foi amor a primeira vista, pois desde criança com ela já sonhava. Um platonismo que já nasceu comigo e apenas agora se materializava. Neste mesmo instante uma vontade dilacerante bateu à minha porta pedindo para que eu batesse à sua porta.   Tinha certeza que dali começava uma ideia a surgir, um universo a se construir ou a se desconstruir.
    Raros momentos parado em escritório. Foto por Iude.
     
    Desde pequeno gostei de construir. Nunca abandonei meu velho hábito de construções corriqueiras de lego, hoje elas apenas mudaram de tamanho. Em meio às muitas peças espalhadas pelo chão, opto sempre pela seleção das de cores mais alaranjadas. Ah, o laranja! Um certo dia me perdendo e ao mesmo passo me encontrando nas ruas e avenidas dessa outrora Pauliceia desvairada, me deparei com uma casa. Ela olhou pra mim e eu olhei pra ela. Não digo que foi amor a primeira vista, pois desde criança com ela já sonhava. Um platonismo que já nasceu comigo e apenas agora se materializava. Neste mesmo instante uma vontade dilacerante bateu à minha porta pedindo para que eu batesse à sua porta. Tinha certeza que dali começava uma ideia a surgir, um universo a se construir ou a se desconstruir.
    Me vi fazendo perguntas e respondendo afirmativamente com as minhas incertezas. Entrei sem medo e sem bater. Confesso que hoje, olhando para trás, não me recordo bem se fui eu que cruzei a sua porta ou se foi ela que cruzou a minha. Uma invasão de ideias e fusão das mesmas que me pergunto quem encontrou quem.   Meu universo laranja está ainda em construção, em seus primeiros passos. Em cada passada acrescento mais um bloco nessa trajetória e deixo para trás minhas ainda poucas pegadas mas semeio para frente minhas muitas vontades. Sem pressa para chegar, dou um Passo de cada vez e de passo em passos vejo no meu São Paulo os Passos que nunca deixei.  Pedro Ivo Brito.
    Me vi fazendo perguntas e respondendo afirmativamente com as minhas incertezas. Entrei sem medo e sem bater. Confesso que hoje, olhando para trás, não me recordo bem se fui eu que cruzei a sua porta ou se foi ela que cruzou a minha. Uma invasão de ideias e fusão das mesmas que me pergunto quem encontrou quem. Meu universo laranja está ainda em construção, em seus primeiros passos. Em cada passada acrescento mais um bloco nessa trajetória e deixo para trás minhas ainda poucas pegadas mas semeio para frente minhas muitas vontades. Sem pressa para chegar, dou um Passo de cada vez e de passo em passos vejo no meu São Paulo os Passos que nunca deixei. Pedro Ivo Brito.
    Pedro Ivo Brito Prado Kallás Andrade (30) é filho de Gleison Kallás Andrade e Patricia Brito Prado Andrade. Nascido em Passos, atualmente reside em São Paulo desde 2006. Formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM. Desde 2011 está a frente da agência de branding e design que leva as iniciais do seu nome: PIBclub.
    Pensando em novas formas de criar.Os legos ainda são parte de seu dia a dia. Foto por Iude.
    Pedro Ivo Brito Prado Kallás Andrade (30) é filho de Gleison Kallás Andrade e Patricia Brito Prado Andrade. Nascido em Passos, atualmente reside em São Paulo desde 2006. Formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM. Desde 2011 está a frente da agência de branding e design que leva as iniciais do seu nome: PIBclub.

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