Observem que o aprendizado, segundo o professor Pierluigi, é composto de três estágios. O primeiro requer a atenção do educando na sala de aula, quando ele recebe do professor as explicações a respeito do assunto desenvolvido, quando ele entende o significado “daquelas coisas”. Em casa, durante o estudo “solitário”, ele fixa e desenvolve as conexões do conhecimento relativo ao assunto abordado. À noite, quando descansa e dorme, o seu cérebro ordena o que ele aprendeu, criando novas conexões. O educando perceberá esse conjunto quando for testado, resolvendo questões pertinentes ao assunto durante a resolução de uma prova. Este é o Estudante, os demais são apenas alunos.
A Educação em nosso país está passando por uma transição, não sabendo ainda para onde ir. O nosso sistema educacional tem como modelo as escolas religiosas que migraram para o novo mundo com os colonizadores, sendo utilizada apenas pelos filhos das elites de então. Esse sistema foi sendo pouco modificado, porém atendia praticamente a mesma clientela. A partir da metade do século XX, a frase “Educação para todos” surgiu e não mais deixou de nortear a nossa Escola. No entanto, pouco se mudou no sistema educacional. Observem que, na inclusão de todos, passamos a encontrar alunos diferentes, com interesses diferentes. Como, então, podemos atender a todos com o nosso sistema engessado com regras que não permitem escolas diferenciadas? Hoje é permitido ter ensino de diferentes gradações na intensidade, escolas mais fracas e escolas mais fortes, até fortíssimas, porém os conteúdos são os mesmos. Isso impossibilita o desenvolvimento de alunos cujos interesses e capacidades são diferentes. As antigas escolas profissionais desapareceram. Hoje os currículos de todas as escolas são muito semelhantes, afinal é assim que as normas do Ministério da Educação exigem. Por que não termos escolas com mais ênfase em Artes, outras em Ciências e outras em Profissionalização, com cursos que coloquem esses alunos no mercado de trabalho rapidamente?