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Especial 2021
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Arquitetura e Construção

CIDADE DA SAÚDE E DO SABER - Um novo conceito de urbanismo

  • Mais que um complexo hospitalar, a Cidade da Saúde e do Saber, da Santa Casa de Misericórdia de Passos, traz a Passos um projeto ousado e inovador de urbanismo, paisagismo e arquitetura.

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     Daniel Porto Soares, Diretor administrativo da Santa Casa de Misericórdia de Passos.
    Daniel Porto Soares, Diretor administrativo da Santa Casa de Misericórdia de Passos.


     

    “Habitat sustentável” é a definição a que chegaram os idealizadores do projeto Cidade da Saúde e do Saber, o diretor executivo da Santa Casa de Misericórdia de Passos, Daniel Porto Soares, e o arquiteto Ivan Vasconcellos. Pensado para abrigar novas instalações hospitalares, como a Unidade 2 do Hospital Regional do Câncer, o projeto terá também espaço para pesquisa e inovação em saúde, além de outros para receber moradores temporários ou definitivos e atividades econômicas, como comércio e serviços.

    Segundo Ivan Vasconcellos, arquiteto responsável pelo projeto, a Cidade da Saúde e do Saber será o “Hub da Vida Saudável” – uma alusão ao aparelho de informática que conecta vários computadores em uma rede, formando um ambiente interligado. Esse hub estaria inserido numa “Smart City”, que é um sistema de infraestrutura que promove a integração para viabilizar desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de vida.
    “Assim, enquanto Habitat, a Cidade da Saúde e do Saber é um lugar definido por um conceito, numa relação simbiótica e cíclica que incorpora aos aspectos físicos, geográficos e arquitetônicos um corpo abrangente de diretrizes, em contínuo aprimoramento, que visam proporcionar as condições mais favoráveis ao desenvolvimento da vida, de forma holística”, diz apresentação do projeto.

    “A Cidade da Saúde e do Saber vai ser um novo polo de desenvolvimento socioeconômico para Passos, região e para o estado de Minas Gerais. É um projeto que concebe na sua estrutura uma plataforma socioempresarial composta de dois ecossistemas: um ecossistema de saúde e um ecossistema de educação”, explica Daniel Porto.
    De acordo com Ivan Vasconcellos,na elaboração do conceito definitivo do projeto, foi preciso formar uma equipe multidisciplinar para “entender o que poderia ser considerado o ‘estado da arte’ em cada um dos campos de conhecimento envolvidos”.
    Sem perder o foco na inovação, no seu viés tecnológico, o projeto fortaleceu o aspecto da humanização, colocando as pessoas no centro de todas as decisões, promovendo efetivamente a vida saudável.
     

    Ivan Vasconcellos, arquiteto responsável pelo projeto.
    Ivan Vasconcellos, arquiteto responsável pelo projeto.

    “A Cidade da Saúde e do Saber será uma Smart City, mas humanizada e sustentável, desenhada de forma a promover a integração ativa e biunívoca entre as atividades de atenção à saúde e produção de conhecimento, inserindo as pessoas como parte integrante da vida cotidiana dos moradores e usuários”, diz o arquiteto.
    Esse novo modelo de atenção à saúde promove o atendimento integral e integrado, com vistas à prevenção de doenças, e a integração plena com o saber, por meio do ensino, pesquisa, inovação e treinamentos. “É olhar mais as pessoas e menos para as doenças”, diz Ivan Vasconcellos.

    Com esse conceito, a Cidade da Saúde e do Saber será um local de sustentabilidade e integração com a natureza, com edifícios inteligentes e saudáveis – daqueles com vegetação na cobertura e que já estão se tornando comuns em grandes cidades –, meios de transporte elétricos, bicicleta e estímulo ao andar a pé. Tudo isso criaria uma vida urbana ativa e integrada.
     

    Vista parcial da Praça do Legado e do Centro de Inovação e Eventos, duas estruturas urbanísticas, paisagísticas e futurísticas da Cidade da Saúde e do Saber.
    Vista parcial da Praça do Legado e do Centro de Inovação e Eventos, duas estruturas urbanísticas, paisagísticas e futurísticas da Cidade da Saúde e do Saber.

    O PROJETO

    A Cidade da Saúde e do Saber foi projetada sobre uma área de 140 mil metros quadrados – o equivalente a 35 campos de futebol –, subdividida em sete setores, os quais foram distribuídos em espaços de forma a promover a sustentabilidade ambiental e garantir a tranquilidade de pacientes, moradores, empresários, funcionários e visitantes.
    O coração da “Cidade” será a Praça do Legado, um local para promoção de encontro dos usuários, “para se venerar a memória e o legado daqueles que contribuíram para a realização deste sonho”, conforme diz a apresentação do projeto.
    Os demais setores são: Centro de Cuidados à Saúde, Centro de Inovação e Eventos, Centro Comercial e Residencial, Centro de Apoio Clínico, Centro de Apoio Urbano e Praças de Mobilidade.

    O setor hospitalar ou Centro de Cuidados à Saúde será dividido entre a atenção primária em saúde e os atendimentos de maior complexidade, com respeito aos princípios de sustentabilidade, expansibilidade, adaptabilidade e flexibilidade. Os edifícios da saúde serão inteligentes, de construção modular, integrados à natureza, “dentro de conceitos de bem-estar e de ambientes restaurativos”.
    O Centro Comercial e Residencial terá prédios com apartamentos para moradia assistida e modelo de ocupação compartilhada, como um AirBnB, e espaços para atividades comerciais e de serviços, como lanchonetes, restaurantes, cafeteria, agências bancárias, academia de ginástica.

    Não voltado exclusivamente a idosos, a moradia assistida pretende promover a integração entre gerações, jovens pesquisadores, médicos residentes, idosos que precisam ou não de algum tipo de assistência ou acompanhamento, que possam ser inseridos no cotidiano da cidade.

    Com o Centro de Inovação e Eventos, a Cidade da Saúde e do Saber quer oferecer instalações adequadas para o ensino, pesquisa e inovação, com incubadora de startups, por exemplo. Nesse prédio haverá também um espaço multiuso para congressos, feiras e eventos empresariais e sociais. O Centro de Inovação e Eventos terá condições para dinamizar a atividade comercial e fortalecer a sustentabilidade financeira da Santa Casa.
    O conceito abrange projetos de espaços que se mantenham funcionalmente atualizados por décadas, implicando-se em planejar construções sustentáveis que possam ser expandidas e flexibilizadas para atender às necessidades futuras. Outra contribuição é para a infraestrutura verde, com um sistema de drenagem urbana, com um sistema de reinfiltração de água no solo.

    Nas edificações, a sustentabilidade é obtida com sistemas de coleta e armazenamento de águas de chuva que serão utilizadas na irrigação da vegetação e com espaços livres e vegetados entre os prédios para garantir a livre circulação do ar, proporcionando conforto térmico para funcionários e moradores e a integração dos ambientes internos à natureza.

    Enio Modesto

    Confira o vídeo ilustrativo mostra o paisagismo e urbanismo planejado para a Cidade da Sau?de e do Saber.

     

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